Saturday, September 19, 2015

A lenta retomada do passado

Olá meus(inhas) queridos(as) e abandonados(as) filhos(as) da mata, irmãos(ãs) de mesma terra sofrida. Eis que estou aqui, de volta, para deixar um pequeno texto de inspiração resposta às leituras que tive, bem como um pequeno aviso. Vamos primeiro para a parte chata, a parte que sempre me interessa mais, a dor [o pequeno texo]. É claro, nós bruxas do passado sempre estamos, de alguma sorte, envolvidas com a dor e, é claro, hoje nos cabe o dever de sanar a verdadeira fonte daquilo que infligimos no passado e que reverbera em forma de lágrimas e sofrimento no hoje.
Ora, vamos direto ao ponto. Sigo nessa vida de tal maneira que minha passividade às leituras vai diminuindo e aos poucos vou desenvolvendo coragem para me expor e, obviamente, expor o que penso. De mesma maneira observo que expor o que pensamos, no contexto atual, é um convite ao absurdo e ao ridículo de muitas coisas, mas que, talvez pela maturidade alcançada, hoje penso ser uma maneira lúcida de colocar na mesa o ferramental que temos e, com a devida educação e dulcilidade [docilidade se preferir], nos ajudarmos na construção de uma visão mais ampla, não por isso mais feliz. Afinal, o trabalho é árduo e nada fácil.
Claro, também gosto de enígmas, não os simples, mas os profundos, aqueles que mexem com a vida, com a morte, com o sexo e com o amor. Claro, pois que amor, morte e sexo são as mesmas coisas, a alma no seu caminhar perceberá a relação entre essas esferas que, no cotidiano de nossa cultura, parecem tão distintas e tão opostas. Bom, segundo nossa cultura o que une essas coisas pela oposição é o nosso próprio medo, e com essa palavra [medo] eu deixo o texto que servirá de enígma para o que virá.
"Só faltou observar que a hipocrisia estava ali, do lado, no coração e na alma de todos aqueles que os defendiam. Só faltou perceber que a desgraça pedagógica estava lá, implantada, ocorrente no cotidiano e que o fenecer do brilho dos olhos era unânime. Faltou, ainda, observar que sim, a desgraça era tamanha, que o sistema todo era por si só tão corrupto que era tido como o ideal, ainda que bilhões o sustentassem sem que, ao menos, o sistema retornasse algo dígno e bem estruturado e de justo valor. Sim, era verdade que muitas eram as almas dedicadas, trabalhadoras da verdadeira causa, o ser humano, muitos também eram os pupilos que conseguiam pulsar a luz do saber e a curiosidade, mas que em um país de dimensões continentais, difícil era o encontro harmonioso dessas almas perdidas no manto das trevas de um universo público. Sim, faltou observar que a realidade não era de excelência, mas sim uma verdadeira falácia do ego e da glória. Não, não foi falta de recursos, não foi falta de conhecimento, não foi falta ou carência de qualquer coisa que o valha. Eram almas poderosas, criaturas milenares que já andaram sobre outros orbes mas que, no entanto, eram vítimas de si mesmos que degladiavam no palco da academia a razão e a lógica, sem observar, contudo, a mais simples unidade do sentir e do espírito. Ora, espírito, o que pode ser algo que não se mede? A resposta era crassa, um grande nada. Nada era o que se considerava a razão de tudo e por isso mesmo nada eram os partícipes daquele dantesco cenário. Faltou dizer tanta coisa que muitos corações se calaram e na titânica briga de egos, muitos viraram zumbis e lacaios protetores do sistema obsoleto que tanto reclamavam, mas tanto desejavam possuir."
Você, meu caro leitor(a), por favor, fique à vontade para interpretar o que bem entender, dê-se a liberdade para pensar e o tempo necessário para refletir antes de vociferar seus sentimentos. Sim eu sei, os sentimentos são fortes, mas o propósito é esse. Pensei bem sobre isso ao escrever, o objetivo é mover algo interno em nós, para isso é preciso algo forte, mas ao mesmo tempo, quando movemos algo muito pesado dentro de nós, nos alteramos de tal maneira que reagimos violenta e abruptamente frente a tal ação interna. Ora, cabe-nos o autocontrole e o discernimento necessário para rever, dentro de nós mesmos, muitos desses reflexos que cultivamos sem qualquer razão aparente, com o intuito único de nos libertarmos.
Já com a ideia de liberdade em mente, vou deixar o meu recado. Trata-se de uma proposta que me fiz, novamente, retomando minha caminhada tão abandonada e tão temida por meu coração e por minha garganta. Sim, a garganta, pois é nela que sinto aquele nó, aquela vontade de chorar dilacerante toda vez que mexo com as forças profundas do meu coração. É tanto rancor guardado que, muitas vezes, fica difícil não se contorcer de dor e agonia profundas. Enfim, a proposta é repassar todas as Arcanas Menores do Tarot. Vamos explorar os quatro grandes grupos das Arcanas Menores e provar da sabedoria oculta antiga algo que, talvez, possa nos ajudar a desnudar um pouco mais de nós mesmos.
Em verdade, é uma terapia pessoal que, de certa forma, espero ajudar vocês ou, ao menos, deixá-los curiosos quanto a qualquer coisa que os instigue o interesse. É claro, o blog é muito estático e nada dinâmico, mas essa é minha forma de atuação, um tanto amortecido e complicado, mas quem sabe, mais surpresas venham a ocorrer na dinâmica de minha mudança interna.
Então, meus amados(as), tupinikins de todas as terras, filhos(as) de todos os orbes, viajantes de todos os tempos, amanhã darei início a uma viagem que ainda não tem data para terminar, mas, talvez, se tudo ocorrer bem, terminará dentro da seguinte contagem: 4x(4+10) = 56. O que isso significa? Teríamos 56 dias para findar o trabalho. São 4 grandes grupos de Arcanas Menores, cada qual contendo um rei, uma raínha, um pagem, um cavaleiro e dez números. E é aí, nessa contagem, que o grande segredo dos pequenos segredos se encontra.
Até amanhã meus(inhas) caros(as) filhos(as) da lua!