Thursday, January 30, 2014

Uma adaptação de um trecho de “A Conferência dos Pássaros”

Num belo jardim de Manacás lá estavam, os pássaros cansados da longa jornada. Dentre eles um belo Urutau, ave cujo canto era distinto e considerado entre todos os cantos das aves o mais belo. O Urutau contemplava o doce aroma do Manacá quando fora interrompido com pedidos para que deixasse o jardim, pois a viagem prosseguiria. Contudo, o Urutau impressionado com a beleza violácea e branca das pétalas aromáticas do Manacá relutou, dizendo que ali estaria seguro. Porém, disseram ao Urutau que a bela flor feneceria e, tal rosa no jardim, era efêmera, pois que o Urutau não deu ouvidos. Novamente, perguntaram ao Urutau: “Urutau, você daria sua voz pela flor?”; ao qual o Urutau esbravejou dizendo: “Está louco, são apenas flores!”; e assim tentaram fazer com que o Urutau admitisse que o mais belo Manacá era apenas uma flor que feneceria tão breve fosse a estadia da bela ave em tal magnífico jardim. Pois que, não importa o quão seguro e maravilhoso seja o jardim, devemos lembrar que ele é apenas passageiro, que nossa estadia ali, por graciosa que seja, será apenas diminuta, pois o caminho deve ser feito. Aos atenciosos tupiniquins que conhecem um tal Urutau, que as poéticas palavras muçulmanas sobre o eterno do viver possam reverberar no coração indígena.


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