Sunday, March 23, 2014

Nota: da meditação.

Início da nota.

Atualmente se podia ver entre os vivos os pensamentos orbitantes. Tal qual satélites que giram em torno de um centro de gravidade. Por lá se iam as imagens mentais e criações psíquicas, ao entorno de cada indivíduo orbitando, como um registro do respectivo caráter de cada um deles. Um registro claro e inegável do que havia de mais profundo na mente encarnada, a tradução do real estado tão somente psíquico quanto emocional.
As mentes em vigília, porém dormentes, não se apercebiam de tais projeções. Lá elas ficavam, por tempo indeterminado, gravitando e operando na faixa de frequência que lhe foram impressas. Designadas unicamente para armazenar informação. A informação, claramente é uma forma de energia, ou um estado, apenas uma possível condição na qual a energia pode ser confinada.
A etérea constituição desses satélites mentais não somente serviam como repositório de informação, mas bolsões de memórias que somente num futuro distante a ciência iria reconhecer como a verdadeira região da memória, distante dos raquíticos e incompletos conceitos de sistemas químicos que tão fácil deterioram como tão fácil se perdem nas fundamentais leis da termodinâmica. Sendo a desculpa biológica o princípio pelo qual se adota na atual ciência a validade de tal explicação química para a memória, tão somente material quanto incompleta.
Esses bolsões de memórias por lá ficavam, vívidos, coloridos, tão sólidos quanto o mais denso estado que a luz pode chegar, tão material que parecia congelar a luz no espaço. Assim, a presença sólida dessas formas de pensamento, irradiações racionais de cunho emocional, eram magneticamente enlaçadas ao seu criador. Mas de magnetismo pouco havia, o que havia era um magnífico sistema wireless, algo tão simples quanto genial.
A consciência encarnada parecia se comunicar com suas criações por um sistema interno, uma rede sem fios que operavam em uma frequência conhecida entre as partes, frequência essa que respondia a qualquer terceiro que nela estivesse.
E assim os seres se comunicavam, se adoravam, se amavam, se entretinham. Assim aquelas criaturas se aproximavam e percebiam qual língua falar, como se comportar, pois que um inexplicável fenômeno natural acontecia, uma tal telepatia que de sobrenatural nada teria, se não fosse pela míngua capacidade daqueles seres de entenderem o universo.
E dentre essas observações viu-se um indivíduo num dado lugar. Os instrumentos indicavam variações de ondas anômalas ao redor do observado. Em rápida análise com os aparelhos que tínhamos, percebemos que a consciência estava em vigília, porém acordada.
Observou-se que aquela mente estava operante, padrões de frequência variados eram detectados em escalas que nos surpreenderam. Valores impossíveis de serem matematicamente convertidos para a ciência atual, pois somente no futuro as criaturas começarão a usar a multidimensionalidade para cálculos dos mais simples.
Igualmente, fora constatado absoluta ausência dos satélites ou formas de pensamento ao redor do tal indivíduo, ao qual parecia evocar frequências específicas por tempos ritmados, apenas o suficiente para congelar a luz frente a tela mental e por fim alterar a ligação.
Por vezes se notava certa variação abrupta, tal que as imagens mentais turvavam ao ponto de gemidos serem emanados no ar em formas de ondas carregas de ruídos, algo como um caos harmônico.
Tal indivíduo fora estudado por um tempo, concluindo-se que o fenômeno observado era por ele denominado “meditação”. Por alguma razão, nesses momentos de “meditação” o indivíduo parecia varrer dentro de si todas as frequências possíveis, de alguma forma limpando e organizando as faixas vibracionais com o qual operava pouco antes do início da “meditação”.
O indivíduo ainda está sob observações, futuras análises serão realizadas nas outras dimensões, conquanto sejam todas as variáveis investigadas faz-se necessário uma análise temporal, isto é, um acompanhamento sansárico.

Fim da nota.

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