Monday, May 19, 2014

O coração que sente

Não é preciso muito raciocínio, muita filosofia ou demasiada psicologia para buscar o sentir. Um coração atento é como uma alma que inspira, um som que se ouve, uma luz cujo brilho se vê, uma brisa cujo aveludado e suave toque são notados.
Sentimentos, toques, embalo, singelo gesto, diminuto, microscópico, tão pequeno, mas tão poderoso. Ora, pois que nas pequenas coisas se encontra a verdadeira força, não é assim que a natureza tem se mostrado?
Ora turbilhão de emoções, ora ventania agitada, ora todas as tempestades que a mente tal qual macaco faz na liberdade do espaço, livre e feliz a brincar com todos os objetos que lhe são tocáveis ou de interesse, talvez um rinoceronte que a tudo atropela.
Ora emoções, quem são vocês? Emoções, também são forças, mas essas são forças mais fortes que os reais sentimentos? Quais forças são essas? Ora, são apenas forças de dispersão. São forças fracas, são forças que agitam, que mudam as formas, que contribuem para a ordem e desordem, aumento ou redução da bagunça de nosso coração.
Emoções lá estão para nos confundir com a realidade do que acreditamos ser verdadeiro, misturando pequenas verdades em pequenas mentiras, criando nossos mitos e lendas, criando assim nossas culturas e realidades sociais, contextos humanísticos sofridos de pura dor que de tão solidamente tomados acabam por se tornarem realidade inconteste, difícil de se colocar em prática conteste, pois que tudo é aceito como verdadeiro em profunda confusão mental e sentimental da realidade espiritual do ser que hoje em carne habita a profunda confusão de si mesmo.
Emoções, quem são vocês? Emoções, são forças fracas, são forças que lá estão para aumentar a confusão, mas podem contribuir para a ordenação dos fatores que constituem as dores que antes eram os fomentadores dos ciclos motores da contínua ilusão do viver.
Roda roda das emoções, roda roda das emoções, roda rodando sem nunca cessar, roda roda emocional, angulando trêmula sem nunca se atentar aos sentimentos profundos, calados, reais responsáveis pela constituição da matéria primordial que compõem as forças que externamente conduzem a não perene realidade do existir das dimensões confinadas contáveis.
Ora sentimentos, calados, mudos, estáticos, lá estão, constituem a matéria das emoções, emoções que governam o governador, pois que o governador teme governar quem o governa, ora essa, medo de tirania, tirania confusa essa, visto que a verdadeira tirania está em deixar o externo governar o ser interno, seres externos, criações dos governadores celestes que aí estão, prontos, feitos, perfeitos, apenas são, ali, são, não estão, mas se esqueceram que são, deixaram-se entender pelo o que estão.
Confusão, assim se encontra a multidão de coração na mão. O coração que sente, sem mente, governado pela emoção distinto é do coração que fala, com mente, governando as emoções, dirigindo, esculpindo a próprio destino.
Não, não um coração tirano que se impõe, mas um coração que se ouve, um coração que percebe o coração dos outros, pois todos falam, todos gritam, todos choram, todos clamam, todos estão lá para condenar e julgar, pois essa é a forma que acreditam se fazerem comunicar, sem compreenderem que presos estão ao turbilhão das emoções.
Não, não um coração tirano que se impõe, mas um coração que sabiamente serve, serve ao ouvir e reage ao presente com o que pode em suas mãos operar. Não um coração tirano, mas um coração que ao que lhe está entregue, age, conforme sua natureza lhe permite...


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