Wednesday, December 17, 2014

13 de Dezembro de 2014

Olá meus amados tupiniquins. E novamente eis que apareço, atrasadíssimo como de costume. É claro, tenho que fazer valer em mim a cultura que me abrigou nessa vida (hahahahahahahaha). Apesar da brincadeira, o motivo dessa demora em minhas publicações está nos últimos acontecimentos de minha vida, um dia dedicarei um post para explicar aos curiosos.
Enfim meus amados, vamos que o tempo urge e nossos próximos encontros desde o dia 13 até hoje, dia 17, não foram (ou serão) fáceis. Em verdade, são encontros muito pesados, embora rápidos e de poucas palavras. Sim, absolutamente de poucas palavras. Pois que no dia 13 haveríamos de nos encontrar com a carta “A Morte”, tratando-se de um derradeiro encontro, ou um encontro da qual ninguém poderá escapar.
Muito há de superstição por trás da carta “A Morte”, mas de ruim há muito pouco nela. É fato que é fácil dizer que há algo bom na carta “A Morte” quando se trabalha na mesma perspectiva em que eu trabalho, isto é, quando se objetiva a evolução do espírito e, é claro, a aplicação das leis divinas. Falar em morte sempre soou dolorido ou, de alguma forma, incômodo para os ocidentais, mas isso nem sempre foi assim. Há séculos atrás quando Cristo esteve entre nós (ocidentais), foi-nos ensinado que o morrer e renascer era uma lei e que, portanto, não haveria um fim perpétuo. Haveria, sim, apenas uma passagem de uma condição de vida para uma outra condição da existência. Ora, não é por acaso que Cristo diz que aquele que não renascer na água não entrará no reino dos Céus.
E por falar em água, já viram que lá no fundo da carta “A Morte” há um rio? Bom, para os Católicos de plantão, esse rio é uma representação do reino dos mortos. Assim o será claro entender para os amantes da mitologia grega, na qual se fala sobre a travessia feita no rio dos mortos para se chegar ao submundo, ou simplesmente o reino de Hades. Ora, eis a nossa água citada por Cristo, renascer na água não diz respeito ao batismo ou renascimento da fé, mas a travessia que se faz pelo reino dos mortos no qual tem-se ao final um novo reino (observem o sol a brilhar ao fundo de duas torres).
O Sol que brilha distante por trás de duas torres nos marcam apenas o começo de uma outra realidade, a travessia que fazemos pelo rio é apenas a passagem de uma condição para outra que, no entanto, não necessariamente será fácil. Portanto, temos um cavaleiro apropriado para nos avisar do que está para vir, tratando-se de nada menos que uma caveira montando um cavalo branco.
Sim, o cavaleiro com o cavalo branco, praticamente o símbolo do príncipe encantado, tem suas definições especiais para os antigos sábios e iniciados. Posso dizer, por experiência pessoal, que os cavaleiros com cavalo branco são símbolos de pureza e fé, aliás um símbolo de iluminação e boa venturança. Na carta “A Morte’, todavia, há uma representação um tanto irônica do símbolo clássico que acabamos de comentar. Trata-se de um cavalo branco com um ar sombrio simbolizado pelos olhos avermelhados e de um cavaleiro que é uma caveira trajando uma armadura negra.
Notem, portanto, que não estamos falando de um cavaleiro de verdade, mas de uma consequência arrebatadora que vence a todos. Percebam que estão jogados no chão um Rei, uma criança, uma donzela e um Bispo. O rei é o primeiro a cair, sendo ele a figura de nosso ego (lembrem-se de nosso último encontro, pois bem, o ego era algo que deveríamos deixar para trás já dizia “O Enforcado”). Seguidamente vemos que a Donzela desfalece perdendo os sentidos e a própria natureza racional (os sentimentos profundos afloram de maneira irrefutável). Ainda nos restou uma criança e um Bispo, a criança de joelhos segura uma rosa branca (em uma personificação mais simples da carta “O Tolo”, represntando nossa subconsciência em processo de despertar) e é a única que admira o cavaleiro de maneira a ver na morte um novo futuro.
Já o Bispo, uma representação de nossa mente e capacidade lógico-argumentativa, implora à Morte uma nova oportunidade como quem barganha a própria sorte com aquele que não se deve. Devemos tirar disso tudo uma segunda lição, meus amados. “A Morte” chegará para todos e ninguém será isento desse fato, mas quando digo “A Morte” não me refiro ao fim da vida física, refiro-me à consequência de nossos atos. A soma de todas as nossas ações em todas as esferas possíveis chegará até nós como consequências incontestes, serão tão avassaladoras conosco quanto nós o fomos ao executá-las. Daí o símbolo irônico de uma caveira montando um cavalo branco de olhos vermelhos.
Entendam meus queridos, nosso décimo segundo encontro nos deu a lição de que deveríamos abandonar o ego, um sacrifício não tão simples de se fazer, mas fundamental para o espírito. Agora, nosso décimo terceiro encontro nos deixa claro o motivo pelo qual fomos avisados para abandonar o ego. Tudo o que fizemos em nossa jornada chegará até nós em respeito a lei do carma, como nos foi avisado pela carta “A Justiça”. Nesse momento alguém poderia reclamar o direito à liberdade como o faz a figura do Bispo, contudo a espada da carta “A Justiça” nos dará a mesma liberdade que outorgamos ao executar nossos atos, deixando para a carta “A Roda da Fortuna” a realização do ciclo vicioso ao qual engendramos em nossa ação.
Enfim meus queridos, haveria muito, muito mais a ser dito e discutido sobre essa carta, contudo não poderei fazê-lo agora e deixarei para que vocês meditem um pouco mais nas razões que nos levam até aqui. O Tarot tem nos deixado preciosas lições de nossa caminhada e mesmo traçado para nós o caminho, como pegadas que podemos seguir brandamente, rumo à libertação de nós mesmos.
Estejam em paz e continuemos o caminho com tudo o que nos é divino.

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