Wednesday, December 3, 2014

3 de Dezembro de 2014

Olá queridos leitores desse azulado blog. Entramos em nosso terceiro dia e em nosso terceiro encontro nos deparamos com uma carta do Tarot muito complicada e, cá entre nós, um verdadeiro dilema para os macumbeiros mais eruditos. Bom, a verdade é que mesmo aqueles que foram incumbidos de promover a linguagem simbólica do Tarot divergem entre si quanto a terceira carta das Arcanas Maiores. Portanto, para evitar qualquer confusão e mais discussão estéreis por aqui eu deixo claro que minha leitura não estará presa aos pensamentos de Rider-Waite (o atual nome atribuído às figuras do Tarot que uso), mas sim estarei preso aos meus sentimentos. Tendo dito isso, deixo que os macumbeiros de plantão pensem por si mesmos quanto a importância de vocês serem vocês mesmos.
Então? Vamos fazer mais macumba hoje? Bom, eu não direi mais macumba, pois os tambores já não estão tocando por aqui, troquei um pouco a macumba por uma magia mais clássica e nova chamada ‘piano’. Enfim, comecemos pois. Nosso terceiro encontro é dado com “A Imperatriz”, uma segunda figura feminina após o segundo encontro. Faço questão de que vocês tenham em mente essa contagem de quantas figuras femininas e masculinas vamos encontrar ao longo do caminho (deixo essa dica). É sempre bom manter em mente que as figuras femininas irão trabalhar com a mística da alma, ou seja, com os sentimentos mais profundos e com o poder do acolhimento, regeneração e frutificação.
No presente caso a terceira carta do Tarot nos mostra um cenário belíssimo e abundante em que a primavera parece reinar e o trigo é dourado como ouro. A figura de uma mulher aparentemente grávida sentada em uma posição imperial de conforto com um olhar um tanto dúbio que pode inspirar arrogância, desprezo ou superioridade (tudo pode depender da pessoa que encontra essa carta). A mensagem desse cenário paradisíaco da carta diz respeito à fertilidade do próprio universo com relação às ações que adotamos em todas as esferas da vida com qualquer um dos quatro instrumentos que escolhemos em nosso primeiro encontro com “O Mago” dentro das leis deixadas pela carta “A Alta Sacerdotisa”.
Bom meus queridos, vocês devem ter percebido até aqui que nossa leitura do Tarot é cumulativa. Tentar entender uma carta do Tarot sem entender todas as outras é uma perda de tempo e mesmo estéril do ponto de vista da realidade do espírito. Podemos sim extrair informações isoladas de cada carta, mas essas serão vazias e dúbias com possibilidades extremas dentro da realidade em que se encontra as cartas (o nosso mundo dual). Portanto, peço carinhosamente que vocês se acostumem com esse meu hábito de religar cada carta de uma maneira um tanto repetitiva. Creio que o intuito aqui também é aprender e entender que não vivemos em um mundo no qual “as coisas” não fazem sentido e como piada para explicar isso eu gosto de pensar: “...a estatística é a desculpa mais bem formulada para nossa incapacidade de entender todos os parâmetros que existem na manifestação de um fenômeno e na pior das hipóteses ficamos revoltados e nos vingamos do fenômeno dizendo que ele não é real.”
Um outro e último ponto que preciso deixar claro sobre a mensagem desse terceiro encontro é a ideia da fertilidade e produtividade. Faço uso da palavra “fertilidade” não no sentido denotativo mas no sentido conotativo em que, talvez, eu mesmo esteja perdendo o próprio significado abstrato disso, mas me permita explicar. Por “fertilidade” entenda a capacidade de receber qualquer coisa, como um terreno em que acolhe qualquer coisa que lhe for lançado sobre, abrigando tudo e sempre acolhendo sem nunca se molestar com isso. Em seguida temos a consequência dessa “fertilidade” que é a “produtividade”, pois tudo o que você jogar nesse terreno será acolhido e florescerá, produzirá de maneira vigorosa e forte. Portanto acho que a mágica disso fica claro. A “fertilidade” nos dá a chancela do livre arbítrio, dentro do qual somos livres para jogar o que quisermos em nossas vidas, fazermos as escolhas que quisermos e agirmos da maneira que bem entendermos. Por outro lado a “produtividade” nos dá a chancela da responsabilidade, visto que tudo isso que fizemos terá uma consequência da qual somos os únicos responsáveis. Para concluir, a ideia é a de que seja lá o que você fizer você terá os frutos disso, seja para sua glória ou para sua desgraça.
Enfim meus caros leitores, por hoje vamos pensar um pouco sobre esses três recentes encontros, pois os próximos (deixo a dica) serão um pouco mais severos para nos ajudar nesse processo nada fácil do despertar.

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