Thursday, December 4, 2014

4 de Dezembro de 2014

Bom dia meus caríssimos tupiniquins. Hoje vamos contemplar o nosso quarto encontro com a quarta carta do Tarot (e se você ler rápido o que eu acabei de escrever vai parecer um trava língua). Nosso quarto encontro é com uma figura masculina e imponente. Lembrando que nosso primeiro encontro também foi uma figura masculina seguida de duas figuras femininas, somente agora entramos em um certo equilíbrio de encontros dos gêneros vistos (2 masculinos e 2 femininos). Lembrem-se queridos, mantenham essa contagem, no final tudo fará sentido para vocês.
Pois então, vamos começar a leitura dessa carta um tanto severa. Hoje, a carta que nos deparamos é “O Imperador”, um símbolo de poder e dominação. Em todos os aspectos dessa carta nos deparamos com uma figura dominante que se impõe no mundo de uma maneira quase agressiva, fazendo-se valer de seu poder para exercer suas vontades, isto é, algo muito parecido com uma figura interna de nós mesmos, o nosso próprio ego.
A carta “O Imperador” pode ser uma versão em miniatura do pequeno rei que temos dentro de nós, aquele tiraninho chamado ego que nos dá uma identidade, mas que ao mesmo tempo nos permite existir dentro de um cenário imperial. É importante ressaltar que não há necessariamente algo errado por aqui, mas sim algo que pode ser funesto para a consciência quando abusado ou desligado de um contexto espiritual.
Não podemos esquecer que nossa jornada é plenamente espiritual e que nossa estadia nesse mundo é meramente um instante dentro da perenidade do existir, portanto nosso estágio na esfera do ego é válida para nos mostrar vitalmente a importância dessa força masculina da carta “O Imperador”, isto é, a força de ação, de vontade e a determinação. Perceba que quando exageramos nossas vontades impondo nossas forças tiranizadas (ação e determinação imponentes) nos desligamos de nossa essência espiritual para nos afundar dentro das ilusões do mundo imperial egoico.
Após recebermos os instrumentos úteis do Mago, as lições divinais da Sacerdotisa e a sentença da glória e desgraça (o livre arbítrio) da Imperatriz, temos a sentença do poder pelo Imperador. Perceba meus queridos, a cada carta que encontramos temos uma lição preciosa para nossa própria caminhada e nesse quarto dia já estamos em posse de grandes lições e, principalmente, de um vasto poder.
Portanto, olhemos para a quarta carta como um símbolo daquilo que podemos tirar de melhor dessa força poderosíssima que é o ego. Preciso fazer um adendo muito importante aqui sobre as cores de todas as cartas a começar pela quarta carta em que nos encontramos. Perceba que a cor vermelha que envolve quase todo o corpo do Emperador é gritante e parece existir em todo o cenário em forma de pequenos traços. O vermelho é uma cor vibrante de ação e iniciativa que se liga ao próprio processo da geração da vida, ou em termos mais leigos, estamos falando de sexo mesmo.
Sim, sexo é uma temática importantíssima para nós aqui, sempre foi, desde a primeira carta. Contudo, só falo das coisas certas nas horas certas, com o encontro da quarta carta temos espaço para falar de sexo. Como vocês já viram, eu enfatizei que vocês contassem o número de figuras masculinas e femininas, mas não falei nada quanto ao gênero da carta zero, isto é, sobre o sexo da carta “O Tolo”. Infelizente meus queridos temos um problema linguístico aqui, pois “Tolo” é de gênero masculino no Português o que leva vocês a pensar “sim é um homem”, mas não!
O Tarot nasceu em um idioma que contemplava o gênero neutro minha gente! Olha que glória! Gênero neutro. Isso quer dizer que a carta “O Tolo” não é definida nem como homem, nem como mulher, são exemplos de outras línguas que eu conheço: “The Fool” ou “Le Fol”. Há na literatura explicações sobre a linguagem mais original do Tarot – o Hebraico – que versa sobre a relação do gênero das cartas com o nome das mesmas pelo significado de cada letra do alfabeto (uma visão ainda mais rica do que aquela que temos no Português, no Inglês ou Francês).
Enfim, onde quero chegar com essa história de gênero e sexo? Permitam-me explicar calmamente. As cartas do Tarot também representam os pontos de força de nossos corpos, isto é, os chamados chacras que canalizam as forças primais de nossa natureza anímica, ou mais simplesmente, que participam na produção de hormônios em nosso corpo e interferem em nossa natureza bioquímica. Cada chacra é associado a uma glândula específica de nosso corpo e cada glândula é associada a produção de um certo arsenal de hormônios, bem como certas atividades bioquímicas em nosso corpo, importantes para equilibrar e orquestrar algumas de nossas funções orgânicas mais simples, tais como: a sede, o sono, a fome, a euforia, o medo, o desespero, a alegria, a dor, o alívio e até mesmo (dizem alguns) nossa sensação de “amor” (que eu prefiro chamar aqui de apego).
Tendo dito tudo isso, posso agora explicar que a cor vemelha da carta “O Imperador” associa o princípio masculino da iniciativa retumbante ao chacra básico, ou nesse caso os testículos. Não quero entrar em muitos detalhes aqui quanto à anatomia e bioquímica do processo (curiosos favor mandarem um email para uma resposta estruturada e com desenhos coloridinhos). Então, essa associação da persona masculina (animus) ao chacra básico se dá para explicarmos em qual nível de energias estamos trabalhando, sendo esse o nível mais terreno possível, dentro do qual fincamos nossas raízes e por ele nutriremos nossa evolução. Portanto, não estamos aqui para condenar o sexo e nos separarmos dele como algo impuro e negativo (como fez e faz muitas “religiões”). Estamos aqui para entender que o sexo e mesmo nossa natureza de gênero (dual) é fundamental em nosso processo evolutivo para assimilarmos aspectos essenciais de cada arquétipo (masculino e feminino) que se complementam e se revesam, às vezes até se mesclam.
Portanto, olhando desde o início nós temos nosso primeiro encontro com um homem vestido de branco (branco = todas as cores em harmonia) e vermelho (vermelho = como um manto que cobre o corpo sem o tornar invisível mas que o liga ao chão em harmonia e graça, o equilíbrio sexual atingido). Seguidamente tivemos um encontro azulado com uma mulher (azul = cor dos sentimentos profundos, por vezes ligados ao chacra frontal ou, também, ao chacra coronário). Então mais um encontro feminino com a cor amarela saltando aos olhos em um bailar de cores vermelhas (amarelo+vermelho = energias femininas reprodutivas ou o chacra básico feminino, ovários). E finalmente nosso último encontro até agora, uma figura masculina marcadamente vermelha em tons mais claros e escuros de mesma cor.
Vejam meus queridos leitores, as coisas estão começando a ficar complicadas. Então, pretendo terminar por aqui e deixar um espaço vazio para vocês rabiscarem alguns pensamentos e organizarem todo o material que já possuem. Não deixem, também, de aplicar esses pensamentos no próprio coditiano de suas vidas, através da observação e análise, algo como o velho vigilate et orate ou orare et laborare.
Enfim meus queridos, nos vemos no quinto dia e, por hoje, já temos muita informação para processar. Grande abraço a todos.

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