Tuesday, December 9, 2014

9 de Dezembro de 2014

Olá tupiniquins de todos os cantos desse pequeno globo azulado. Hoje nos encontramos mais uma vez nesse nono dia que, preciso dizer, será o mais difícil de todos para todas as almas que aindam estagiam entre qualquer um dos chacras abaixo no coração. Vamos falar de uma carta de energia profundamente serena, trata-se da carta “O Eremita”. Preciso ressaltar que embora seja uma carta de energia serena, tal serenidade não foi uma conquista simples e o veículo da conquista da serenidade é a mensagem mais importante dessa carta.
Pois então que comecemos a falar da nona carta do Tarot, mais um arquétipo masculino na figura de um velho homem vestindo da cabeça aos pés a cor cinza. Precisamos agora entender o motivo das cores mais escuras presentes nessa carta, que no geral representam distanciamento e mesmo introspecção. Não é tão óbvio notar que a velha figura humana está no alto de uma montanha, exatamente o pico mais alto em que sempre há neve e que portanto as cores desse ambiente também refletem certo isolamento.
Há sim uma harmonia entre as cores que vestem o ancião, bem como as cores do ambiente em que ele se encontra. Notem claramente que os olhos do ancião estão fechados e que a única cor que realmente se destaca em todo o cenário é o amarelo, presente na estrela dentro de uma luminária e no bastão em que se apoia o Eremita. Há uma conexão não tão clara na figura da estrela e nos olhos fechados do Eremita, bem como no bastão.
Vamos tentar observar o significado dessas três observações feitas. Primeiro nós temos a imagem de um ancião de olhos fechados, o que representa a busca interior, a meditação que se realiza em um ambiente distante e afastado, a escolha interna por um instante de revisão interior e mesmo auto-avaliação. Sendo a iluminação interior o verdadeiro caminho para o espírito, como nos deixa claro a estrela que brilha intensamente, presa no interior de uma luminária.
Percebemos que a luminária onde se encontra e estrela se assemelha a uma pequena prisão que, no entanto, não impossibilita da luz interior irradiar-se para o mundo exterior. A estrela que brilha (o espírito iluminado) consegue expandir sua luz ao redor e clarear mesmo os ambientes mais escuros e isolados. Por isso mesmo o ancião está de olhos fechados, observando através do espírito a si mesmo e ao ambiente que lhe circunda, sem que seja necessário utilizar os olhos materiais.
Também devemos entender que o bastão no qual se apoia o Eremita é a conexão deste com o mundo. Perceba que a fronte do Eremita descança no alto do bastão e logo abaixo a mão esquerda apoia o peso do corpo de maneira que o bastão serve como um auxílio para o ancião manter-se em pé. Em verdade, esse sustento é a conexão com o mundo logo abaixo do pico da montanha. Pois o isolamento que o Eremita busca não é desconectado do mesmo mundo que ele habita, muito pelo contrário. A introspecção que se busca para a auto-iluminação é apoiada nas próprias experiências e realidades do mundo.
Ora meus queridos, o Eremita sobe no ponto mais alto da montanha para nos deixar claro que em meio as tempestades da dualidade de nosso mundo, sempre é possível uma visão de um novo ângulo. Não há uma composição única da verdade, mas há um cenário complexo que merece ser apreciado e reavaliado em diferentes perspectivas para que possamos melhor atuar no mundo. A escolha que fazemos de subir a montanha é uma resposta ao nosso último encontro com “A Força”.
A jovem donzela que encontramos no oitavo dia deixou-nos claro que é preciso harmonia e graça na conquista da verdadeira força do espírito, é preciso sabedoria mental para tal conquista de si mesmo. Portanto, como resposta somos levados a um momento meditativo com a ajuda do Eremita.
Preciso observar que as duas figuras amareladas da carta “O Eremita” já nos foram mostradas anteriormente e essas figuras são ferramentas ou memorandos importantes para nós. O primeiro é uma ferramenta, isto é, o bastão, o mesmo bastão que estava sobre a mesa de artefados da carta “O Mago”. O bastão possui uma razão mais ligada à natureza e as qualidades sensíveis do espírito, especialmente na figuração da vitória pela serenidade do trabalho milenar. A segunda é um memorando, a estrela que brilha intensamente e que enfeitava e coroava a Imperatriz e o heroi da carta “A Carroça”. A estrela é a representação da iluminação humana, às vezes apontado como o objetivo máximo do espírito na carne.
Creio que até o momento, nosso encontro com o Eremita nos deixa um convite à meditação e a revisão de nós mesmos, um processo sensível e honesto que deve ser feito com o tempo adequado, paciência e determinação. A verdadeira serenidade que podemos conquistar nesse mundo está em saber acessar o próprio interior, dialogar com as dores mais profundas e promover a paz consigo mesmo em uma ação constante de reanalizar a nós e ao nosso ambiente.
Uma ideia clara dessa carta está na não ação. Quando vivemos presos no mundo pelas nossas ilusões, nossa mente age desesperadamente e de maneira tempestuosa, operando gloriosa e tirânicamente nas esferas da dualidade, do ego, das vontades, dos desejos e do medo. Contudo, quando nos freamos para repensar aquilo que recebemos e aquilo que entregamos passamos a entender um pouco mais de nós mesmos.
Para finalizar esse encontro eu gostaria de deixar um pensamento que eu trouxe comigo desde muito cedo de experiências pretéritas, esse pensamento pode ser resumido assim: “...nossos olhos vêem no coração dos outros o que há em nossos corações.”; agora deixo que vocês dialoguem com as muitas personas interiores de si mesmos.
Gostaria de me desculpar pelas densas energias de hoje, o número 9 é um número de imenso desafio. Não por acaso, dar-se um tempo para repensar nem sempre é uma tarefa fácil, por quê? Aquele que repensa a si mesmo descobre que, por muitos anos, séculos ou milênios, foi portador da mentira de si mesmo. Contudo, há um consolo. Nunca estivemos sozinho nessa mentira e por isso o número 9. É preciso entendermos a união e o trabalho do amor para juntos esmerarmos a nós mesmos, essa é a mensagem do número 9.
Um grande abraço meus queridos e que possamos trilhar nosso caminho da auto-iluminação.

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