Sunday, December 7, 2014

7 de Dezembro de 2014

Olá queridos tupiniquins. Cá estamos em nosso sétimo encontro. Quero deixar um pequeno aviso aqui antes de começarmos. Creio que entre os dias 11 e 12 de Dezembro farei postagens duplas ou triplas para atender uma certa exigência de meu coração, até lá, espero que a curiosidade de vocês não os pertubem demais.
Bom, nosso sétimo encontra começa de uma maneira um pouco imponente, trata-se da sétima carta do Tarot chamada “A Carroça”. Talvez ela receba outros nomes, lembro-me que eu a chamava por outros nomes em épocas diferentes, então caso haja dúvidas quanto ao nome da carta, por favor, perdoe-me a maneira que eu escolhi nomear a sétima carta.
Bom meus queridos, em nosso sétimo encontro temos a visão de um herói, um arquétipo masculino que é, em essência, a figura de nós mesmos (sejamos homens ou mulheres). O herói é representado por um homem altivo com uma vestimenta imponente e coroado pelas estrelas na direção de uma carroça. A carroça é conduzida por duas esfinges de cores opostas. Preciso dizer que as esfinges não são de todo importante, o importante é o jogo de cores opostas, indicando, mais uma vez, a dualidade das coisas e do mundo, inclusive, de nossas escolhas.
A escolhas que fazemos nos levará para longe de nossa origem, rumo aos caminhos fundamentais para a iluminação de nós mesmos, objetivo último que coroa a cabeça de nosso herói e mesmo enfeita o teto da carroça. O manto de estrelas que se encontra logo acima da cabeça do herói é uma pequena demonstração da origem cósmica do espírito, como um ornamento que carimba a origem e chancela o destino último.
Observem que ao fundo há uma cidade ao estilo um tanto medieval, é claro que a cidade reflete apenas a visão daquilo que era comum em séculos passados, contudo a ideia principal se mantém a mesmo e poderíamos perfeitamente mudar o cenário para arranha céus e outros edifícios mais luxuosos e modernos. A ideia de qual falo é o caminho da partida, a saída da cidade ou lugar em que se habitava rumo àquilo que anseia o espírito.
Vou explicar um pouco mais. Para efeito de entendimento, vou definir dois termos que até agora usei indiscriminadamente sem, no entanto, explicar o significado. Trata-se das palavras “espírito” e “alma”. Poderíamos dizer, a grosso modo, que ambos são a mesma coisa (e de fato são), mas então por que o uso de duas palavras diferentes? Para que sejamos mais claros, entendamos que “espírito” é o substantivo atribuído à consciência livre (fora do corpo físico, vulgo morto) e “alma” é o substantivo atribuído à consciência aprisionada (dentro do corpo, vulgo vivo).
Tendo definido esses dois termos, podemos agora observar o herói como o espírito, contudo esse espírito não está livre, está? Observe o cenário. Ele está dentro de uma carroça, guiada por duas únicas escolhas possíveis (esfinges preta e branca). Logo a carroça assume a forma de corpo e ela, como um todo, passa a ser a prisão do espírito, portanto, o que vemos é a alma de nosso herói. A alma aprisionada não deixa de exprimir as vontades do espírito, que dentro da carroça, guia os caminhos que pretende seguir dentro do próprio escopo que lhe é permitido operar.
Lembram-se da carta anterior ao sétimo encontro? Pois bem, a carta “Os Enamorados” nos deixou claro esse tempestuoso mundo da dualidade ao qual habitamos através do nascimento (queda opcional), de fato, agora estamos vendo mais de perto como seria olhar para cada figura humana isoladamente, seria como olhar para a carta “A Carroça”. Temos aqui a consciência “O Tolo” (a alma ou espírito aprisionado ao corpo), registrado pela origem espiritual “O Mago”, vestido pelos registros da lei divina “A Alta Sacerdotisa”, dirigindo a liberdade “A Imperatriz”, imbuído pela responsabilidade “O Imperador”, através do exemplo “O Hierofante”, tudo dentro do mundo “Os Enamorados”.
Agora isso está ficando ainda mais complicado, não está meus queridos? Como eu disse anteriormente, o Tarot é cumulativo, não queira passar por uma carta esquecendo todas as outras que estavam antes ou depois da carta que analisamos. Enfim, pretendo encerrar por aqui deixando um outro pensamento um tanto forte e sincero da sétima carta e, aviso, estejam preparados para aceitar isso ou perecer na desgraça de vocês mesmos.
Uma das ideias mais fortes da carta “A Carroça” é a chancela de nossa divinitude. Não se usa o termo “herói” por acaso aqui. Somos, nós mesmos, os heróis de nossa existência e os únicos responsáveis por tudo o que nos acontece. Somos nós os verdadeiros criadores e destruidores de nossa realidade, sendo por isso mesmo infantilidade de nossa parte esperar por um auxílio divino ou um recurso externo para nos salvar e libertar. Somos nós os arquitetos de nosso destino e mesmo os alegados “salvadores” de nossa história foram apenas “Os Hierofantes” que deixaram a marca deles pelo exemplo sem com isso arrastar a força outros humanos.
Um equívoco hediondo é a afirmativa de que o filho de Deus morreu para nos libertar do pecado. Filhos de Deus somos todos, homens e mulheres, somos todos os verdadeiros criadores daquilo que chamamos Deus e juntos inventamos o erro e inventamos o acerto, juntos definimos tais conceitos e desenrolamos nossa própria história e trevas e, portanto, juntos vamos desfazer cada mal entendido.
Havia um pesamento que eu cultivava quando criança, um tanto irônico, que afirmava o seguinte: “...Deus te ama tanto, mas tanto, mas tanto, que ele não faz nada por você, pois ele deixa que você aprenda por conta própria e entenda isso para que jamais sejamos dependentes de um criador, pois somos nós criadores igualmente.” Sim, esse pensamento era uma forma infantil de entender o universo Judaico-Cristão dentro do qual eu fui criado e profundamente influenciado, mas façam as devidas alterações e entendam, caros leitores, o trabalho é de cada um e, ao mesmo tempo, de todos. Por isso mesmo quando um único herói se presta a qualquer serviço muitos outros heróis vão se unir ao mesmo trabalho, obedecendo a lei natural que “A Alta Sacerdotisa” nos legou dentro das liberdades concedidas da carta "A Imperatriz".
Pronto, devo me calar por aqui meus queridos e corajosos leitores. Espero que esse sétimo encontro tenha sido tão claro quanto crítico e, igualmente, espero que vocês estejam com a mente recheada de questões. As dúvidas são ótimas para vocês. Não se esqueçam, posso ajudar no caminho, entrem em contato quando quiserem, esse blog fornece os meios para tal. Um grande abraço meus caros e continuem a jornada divina de vocês, pois vocês são os próprios Deuses...

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