Friday, December 19, 2014

19 de Dezembro de 2014

Um bom dia e boa tarde a todos os tupiniquins corajosos que trilham essa longa jornada textual nesse blog azul. E eis que estamos prestes de chegar ao fim da jornada, faltam poucas cartas até o fim das Arcanas Maiores. Hoje, em nosso décimo nono encontro, vamos nos deparar com a carta “O Sol”, uma carta que só pude entender em minha atual vida, depois de feitos de um ser de outro mundo que vive na terra dos índios.
A carta “O Sol” é a expressão da vitória do espírito. Lembram-se daquilo que eu falei na carta “A Morte” sobre o cavaleiro com um cavalo branco? Então, vejam que aqui na carta “O Sol” nos deparamos, também, com um cavaleiro. Notem que, no entanto, o cavaleiro é uma criança sorridente com uma coroa de flores e uma pena logo acima do chacra coronário. Percebam, igualmente, que o cavalo branco trota calmamente e de cabeça ligeiramente abaixada, porém olhos adiante e com leveza no olhar.
O cenário da criança que segue adiante em um cavalo branco comportado é a expressão da pureza alcançada pelo contato consigo mesmo. Notem que a criança segura um estandarte sem símbolo e apenas com as cores róseas (mistos de vermelho, laranja e amarelo), tratando-se a bandeira de um símbolo do espírito, da vitória do amor e da conquista de novo patamar, da superação de si mesmo em sentido construtivo e iluminado.
Por trás da imagem retumbante da criança liberta há um muro sobre o qual nascem girassóis, flores que são símbolos do conhecimento adquirido, da clareza e discernimento conquistados ao longo de uma jornada de dores e que, por isso mesmo, foram colocadas lá atrás, longe, distantes, separadas por um muro alto que nos ensina a lição de que as dores do passado devem ficar no passado e delas extraímos a sabedoria necessária para sorrirmos e sermos verdadeiramente livres.
Os girassóis, obviamente, seguem o caminho do sol, indicando para nós que nosso próprio caminho a ser seguido é o da iluminação, do despertar de nossa consciência e de um contato maior com nossa natureza divina, um avanço para nossa própria consciência que, antes, esteve passos atrás do muro cinza que separa o cenário de ascensão que vemos do cenário de dores que passamos em nossos encontros recentes.
Percebam meus caros tupiniquins, que a pureza da criança é expressa até mesmo em sua aceitação de gênero, em todos os sentidos, a criança aqui figura um ser sem gênero, mas que bem poderia ser visto como um menino ou como uma menina, sendo portanto outro fator de compreensão para a alma. Pois que o espírito não tem gênero, mas é livre para se manifestar em qualquer gênero que lhe agrade ou que seja necessário para o próprio aprendizado.
Vemos, então, um cenário de possibilidades, de aceitabilidades, de liberdades, de alegrias, de renovações e, principalmente, de iluminações. Sendo o fundamental, aqui, a noção de que a criança é a representação de nós mesmos, nossa pureza natural e nossa espontaneidade natural, isto é, nossa verdadeira natureza interior divina e simples.
Enfim meus queridos, hoje não tivemos um longo texto como de costume, pois a leveza dessa carta traz consigo a simplicidade de poucas palavras. Ainda que eu enrolei um pouquinho para falar, mas tudo já foi dito quando eu disse que essa carta só pude entender com um ser de outro mundo que habita entre os índios. Foi necessário milênios até se entender que sorrir e sermos nós mesmos é o melhor para todos, afinal, há muito o que se aprender para sermos nós mesmos. Fico por aqui e até a próxima.

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