Thursday, December 18, 2014

17 de Dezembro de 2014

Olá meus queridos tupiniquins. E lá vamos nós, atrasados como sempre, para o nosso décimo sétimo encontro. Dessa vez a carta que nos aguarda, bem como as vindouras, nos traz uma mensagem mais branda e muito mais doce que as cartas anteriores. Já postei nesse azulado blog uma música que sempre me faz lembra dessa passagem na Cabala (os macumbeiros de plantão que me desculpem, mas eu escrevo Cabala mesmo, sem K e H, minha língua é o tupi). Enfim, busquem aqui a música da qual eu falo.
Pois vamos começar esse encontro com a carta “A Estrela”, uma de minhas preferidas e a que inicia uma nova caminhada ou ciclo para nossa trilha. A carta “A Estrela” é cheia de significados e de cara vemos uma figura feminina nua vertendo água em um pequeno lago e em terra firme, com um pé no lago e outro ajoelhado em terra.
Há muito o que ser dito sobre essa carta e mesmo os mais singelos detalhes carregam informações minuciosas sobre a fase em que vivemos nesse encontro. Aqui, a figura nua da donzela representa pureza, percebam que nosso último encontro foi com a carta “A Torre”, na qual despíamos de nosso ego e das ferramentas de ilusão com as quais o ego trabalhava para nos manter em um estado inerte, isto é, parado na evolução espiritual.
Portanto, a figura da donzela despida mostra a simplicidade da realidade do corpo. Honestamente e sem máscaras a donzela se mostra frágil, mas paciente e humildemente equilibrada ao executar a tarefa de verter a água no lago e na terra. O ato de derramar água no lago é uma entrega pacífica e humilde aos sentimentos profundos, a subconsciência é por fim acessada, o pé que parece flutuar na água do lago demonstra que o corpo acessa o nível mais profundo de nossa subconsciência sem nela se perder.
Ao mesmo tempo a água que é despejada no solo demonstra a doação que se faz para o ambiente em que se habita. Aqui temos uma pequena mensagem egípcia disfarçada. Sim, não é tão óbvio. Falo da ideia de receber a luz e doar a luz, mas sem aquela versão de "receber de um agente externo". A donzela simplesmente já tem a própria luz da honestidade e pureza, doando-se humildemente para o mundo e para si mesma.
Não deixemos passar batido as muitas estrelas da carta, motivo pelo qual a própria carta leva o nome. Contemos que há 7 estrelas menores e uma estrela maior, todas as estrelas possuem 8 pontas, bem como o número total de estrelas é 8. Não por acaso, o número 8 faz menção à carta “A Força” que vimos em nosso oitavo encontro. E aqui temos o símbolo máximo (a estrela dourada maior) da iluminação do espírito, sublimação ou nirvanamento.
Há muito o que se dizer sobre esses números, sete estrelas pequenas indicando os caminhos múltimos que a alma traça até chegar ao destino final, dito destino igual para todos. Tal é a lei, fadados estamos, todos, ao destino final da iluminação. É curioso entender que esse destino final é percebido por nós como iluminação e muito se tem falado disso ao longo de milênios em nosso planeta. Contudo meus caros, deixo a pequena ideia para vocês de que não estamos falando de “atingir a perfeição”, mas sim de atingir o próximo estágio.
Somos ainda criaturas limitadas nesse universo dual e, portanto, o próximo estágio sempre foi visto como uma iluminação. Somos comparáveis às criancinhas do maternal que acreditam que as crianças da primeira série são adultas e inteligentes. Entendamos, pois, que a estrela de oito pontas logo acima da cabeça da donzela nos indica o nosso próximo estágio. O número oito representa um pulo de liberdade, um pequeno acréscimo em nossa evolução como consciências, mas está longe de ser “o destino final”. Por enquanto seria um erro acreditamos conhecer o “destino final” e mesmo afirmar que há "um igual para todos". Qual não poderia ser a nossa surpresa se cada um pudesse experimentar uma sublimação diferente? Quem sabe, oito delas por sete caminhos diferentes. Pensem nisso.
Enfim meus amados, prefiro terminar nosso encontro por aqui, pois há muito que me vem por inspiração somente. Coisas dos tempos de Avalon, coisas do Cocheiro, coisas que espíritos antigos sabem mais do que eu. Meu trabalho está feito por aqui. Um grande abraço e mantenham-se abertos tal qual a nua donzela da carta “A Estrela”. Sejam, apenas, sejam apenas vocês mesmos, pois vocês já são o que um dia serão.

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